A Política do Esperancídio e a Redenção da Utopia
(Um Guia para o
Eleitor em Sete Fases)
(Esse poema é dedicado
a Thomas Morus, pelo 5º Centenário de seu livro, Utopia, em 2016).
Xiko Mendes
I – Sonhar ainda é possível
Dizem alguns que sou muito sonhador.
É verdade.
Sem sonho não se fecunda a impossibilidade.
Sonhar o que se julga impossível é reaproximar
De nós a face intangível de Deus sob o manto da
Esperança sufocada na garganta dos pessimistas,
Dos invejosos e dos que, em vez de lutar,
Cruzam os braços apostando na inércia do Mundo
Como resposta à própria acomodação,
Indulgência e indolência,
Que são os antídotos de quem não se comove
Com a miséria da vida e se torna prisioneiro de
Uma existência medíocre e previsível.
Dizem também que uma pessoa que
Acredita nas próprias palavras é muito perigosa.
Concordo plenamente.
Hitler acreditou tanto nas palavras dele
Que quase destruiu o Mundo.
Por outro lado, Cristo e Mahatma Gandhi
Também acreditaram tanto no que eles
Disseram à Humanidade que
Semeou no Mundo um extenso vocabulário
de utopias.
O Mundo é assim: Uma “Lexicosfera” onde
Cada palavra incorpora o Universo à
dimensão do Nada
Ou à dimensão do Infinito.
Sonhar é espantar-se com as diversas
possibilidades
De se fazer acontecer e surpreender-se
transformando
O mistério da (re)descoberta de si mesmo
e do Mundo
Como alavancas do sucesso nas fronteiras
movediças
Dessa encruzilhada centrífuga que é a
Existência Humana
Entre a cômoda decisão de ficar e contentar-se
com o já feito
Ou a incrível vontade de percorrer as
linhas do desconhecido
Em busca de algo que ninguém consegue
para mim:
O direito supremo e inalienável de
trilhar, oniricamente,
Todas as curvas do Universo, visitando
todas as Galáxias,
Hospedando-me em todas as Constelações,
Vivendo aventuras dantescas em buracos
negros,
E fixando todos os meus sonhos como
poeira cósmica
Levada pelo vento e que permaneça em
órbita
Para que os pessimistas se envergonhem e
digam:
“Sonhar
ainda é possível!”.
E mais do que possível,
Sonhar é estar sempre no Labirinto
Buscando caminhos novos e atalhos
Para que o Mundo se renove,
continuamente,
E o Homem continue sua marcha inelutável
Em busca de si mesmo
Como Metamorfose Caótica em Universo
Oscilante
Aprendendo Lições de Cosmologia Onírica.
OBS.: Trecho inicial de um longo poema publicado no livro SORRISOS DE MEDUSA TRANSFORMAM SONHOS EM PEDRA, Bsb: Unifam, 2013.
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