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terça-feira, 21 de março de 2017

PROSOEMA - XIKO MENDES

Não Quero Ser Rico do Jeito Dele$


                                                                        Xiko Mendes


Nunca qui$ ser rico.
Minha riqueza é a Vida!
É a vida pulsando nos poros latejantes,
É a vida no silêncio inquieto das formigas,
É a vida na paciência do besouro rolando fezes
Para decompor e transformá-las em adubo.

É a vida de uma criança correndo no meio da chuva
Para deslumbrar-se com os pingos da felicidade.
É a vida nos mares... é a vida na música...
É a vida na poesia...
É a vida como celebração das
Coisas ditas insignificantes pelo olhar interesseiro
Dos ricos, que são pobres,
Mas me acusam de não querer ser rico.
Mas não quero ser rico como eles.
Sobre eles, não nutro inveja ou ambição.
Tenho é compaixão por estarem presos na gaiola de ouro
Da qual são prisioneiros em toda a sua Existência medíocre.
O que detesto é a Pobreza, a Avareza, a Mesquinharia...!
Ser pobre de espírito, despir-se da Honra,
Renunciar à própria Dignidade, tornar-se subserviente...:
É isso que é repugnante e contra o qual lutarei sempre!
Não preciso dessa riqueza alardeada por essa gente.
O que quero é ser feliz
Calçando as sandálias da humildade,
Mas sendo visto por minhas virtudes.
Quero deixar marcas em tudo que faço!
Quero sonhar desbragadamente como um condor livre sobre o céu.
É isso que me torna rico!
É isso que é minha norma, que me forma, que me transforma.
Minha riqueza é ficar, horas e horas, sentado,
Vendo o voo e o pouso de um pássaro.
Como é belo sentir aquilo que os ricos,
Por falta de tempo, não conseguem sentir!
O dólar, a bolsa de valores, os juros, as ambições...
Impedem os ricos de curtirem o suave
Deslocamento das nuvens ou das neves condensadas
Porque desconhecem a linguagem dos esquimós
Para quem as neves têm dezenas de cores,
Tem dezenas de significados e até cheiros diferentes.
Minha riqueza é ter em casa uma biblioteca inteira
Com livros aguardando o toque mágico de meus dedos e olhos
Para decifrar os segredos do Mundo em leituras
Para as quais tenho sentimentos infinitamente indizíveis.
Minha riqueza é esperar, pacientemente(!), pacientemente(!),
O momento do bicho preguiça se movimentar só para
Eu eu perceber que na Natureza não se anda depressa,
Pois nela a rígida regra dia-lógica do Universo
Exige a criteriosa matemática metafísica que
Conta os passos da evolução em ritmos inversos
Aos interesses hipócritas e materialistas da maioria
Dos que se dizem ricos.
Nunca qui$ ser rico!

Detesto ser rico como essa gente!
E enoja-me o Poder guiado em mãos dos Hipócritas!

Contento-me com as únicas riquezas que tenho:
O Sol, as Estrelas, a Luz de minhas manhãs esplendorosas;
A Família;
A Saudade;
O Amor Compartilhado;
A Liberdade!
A Criança que me responde apenas com um sorriso sem preço.
Isso para mim basta!
Ser feliz é um desencontro permanente
Com a felicidade do Ser.
E é isso a única riqueza que restará em minha breve Existência.
Mais nada.
Não quero ser rico!
Obrigado, Deus!!!
Essas são as riquezas que eu juntarei sempre e das quais
“(Re) lembrarei” em meu Silêncio Eterno.


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